A cobra já está fumando! |
A ideia principal era divertir o leitor, cujo perfil era o de imigrante brasileiro de diversas camadas sociais. O humor era transmitido através de personagens como: Doutor Marconi, um médico que dava conselhos discutíveis a clientes neuróticos, Brazilino, um imigrante ilegal, Noviórki, o colunista Novinildo Górki que tudo "fodografa" em Miami, Major Quedinho, suas maluquices e velhacarias, além de diversos pseudônimos que utilizávamos e as mais do que safadas cópias de cartunistas como Nani e histórias recontadas do Casseta e Planeta e do Pasquim. Só pesquisando o arquivo do Festival de Besteira que Assolava Miami na época, anos 90. Havia uma seção denominada "Azar ou Incompetência" que sempre trazia uma crônica de um "brazilino" que se deu mal, com a polícia ou com a imigração. Mas, a coluna que mais fez sucesso com os leitores foi The Snake is Smoking, onde eu, Garcez e Suely recontávamos as mais desnecessárias e inúteis notícias que saiam publicadas em outros periódicos, com a chamada "Deu no jornal tal, etc que...." Deu no New York Times foi um filme do Henfil, um dos maiores cartunistas e humoristas que o Brasil já conheceu. Aproveitamos a deixa e em cada parágrafo reenforçávamos: "Deu no Braziian Times que...." sempre lembrando de evocar o espírito do grande Henfil.
"Como tinha aprendido um pouco de técnica
de edição em Page Maker com o Richard Izarra, da Producción, que
preparou os templates para mim, lancei algumas edições do jornaleco de
classificados. A publicação cresceu com matérias editoriais e mudei o título
para Brazilian Courier. Um sucesso inesperado!
Francisco Rodrigues, meu ex-cunhado, que estava morando em Porto Alegre, manifestou o desejo de vir para a Flórida. Eu dei a maior força e queria mesmo que ele viesse, pois além da minha presença com o Brazilian Courier, havia também o Carlão, seu afilhado, editor do Miami Alegria, uma revista voltada para a área turística.
Francisco Rodrigues, meu ex-cunhado, que estava morando em Porto Alegre, manifestou o desejo de vir para a Flórida. Eu dei a maior força e queria mesmo que ele viesse, pois além da minha presença com o Brazilian Courier, havia também o Carlão, seu afilhado, editor do Miami Alegria, uma revista voltada para a área turística.
Miami
Alegria e Brazilian Courier foram os veículos que deram oportunidade ao Chico
Rodrigues de se estabelecer como o mais conhecido e respeitado Relações
Públicas da Flórida.
Com
a ajuda do Rodrigues e do Luiz Garcez nas vendas e a redação das mais
engraçadas histórias e crônicas que Miami teve notícia, o Brazilian Courier
foi, durante 3 anos, leitura obrigatória de todos que se interessavam por uma
publicação leve e descontraída, totalmente despretensiosa e com o único
objetivo de divertir a galera, cansada das mesmas notícias que eram publicadas
em outros periódicos.
Infelizmente,
Hilza não entendeu a mensagem que eu passava aos leitores através do Brazilian
Courier e criticou muito a publicação, me deixando bastante triste e fazendo
crer que eu era o cocô do cavalo do bandido.
Ela
repetia que eu não estava me cobrando meu trabalho e posição como produtor
internacional e ainda inventava um periódico, copiado, meio à la Stanislaw
Ponte Preta, imitando Millor, Jaguar, Nani, Glauco, Bussunda, engraçado e fácil
de ler, mas que traria pouco lucro financeiro: "Você está tentando
reinventar o Pasquim, que já morreu há muito tempo", ela disse. Eu
estava mesmo copiando o Pasquim, Stanislaw e o Casseta e Planeta. Que jamais
morreram, estão simplesmente sendo copiados até hoje.
Por sorte, a TV Globo me contratou
para ser o Production Coordinator da abertura da novela Deus nos Acuda em
Miami, dirigida por Jorge Fernando, com Edson Celulari, Jorge Dória e a Claudia
Raia. Como o trabalho deu certo, me convidaram para outra missão e de repente
estava com uma graninha sobrando, o que me deu tempo e tranquilidade para fazer
o Brazilian Courier se estabilizar entre os leitores de Miami, Fort Lauderdale
e Pompano Beach. Abrí um escritório na Atlantic Ave., em Pompano. Em pouco
tempo transformei o local em ponto de distribuição de produtos Herbalife,
produção de eventos e a edição do Courier.
Os
filmes de grande produção estavam escasseando, a Internet chegou para tomar
conta do mundo da comunicação e tive que correr a fim de encontrar outro nicho
no qual sobreviver.
Jorge Dória, do elenco de "Deus nos Acuda", grava em Miami e vira leitor do Brazilian Courier. Chique! |
A
forma de produzir filmes também começava a mudar. Mesmo assim, produzi e dirigi
alguns comerciais, além de colaborar com os programas que eram produzidos por
Luciano do Valle, Maria do Carmo Fulfaro e Carlos Borges. O pastor Álvaro de Sá conseguiu convencer-me a trabalhar em suas produções do televisivo
Aqui, Brasil, mas nunca pagou um centavo pela minha participação. Minto, Álvaro
me descolou uns tickets de permuta para alguns restaurantes!
Minha
vida começou a ficar excitante de novo quando conheci Suely Franco, uma morena
baixinha, paulista, leitora e fã do Courier. Ela se apresentou como vendedora
de anúncios e impôs um excelente ritmo de trabalho à redação. Hilza passava
muitas horas fora de casa, devido ao curso de culinária e chef que fazia em
West Palm Beach. Ela também trabalhava no Breakers Hotel e isso a deixava mais
ausente.
Contratei,
então, baby sitters para o Nick durante algumas noites e saía pelo condado de
Broward, procurando notícia e sendo notícia, com a ajuda dos valorosos Garcez,
Rodrigues e agora, com a Suely. Ficamos amigos, ela se interessou em ser
distribuidora da Herbalife e se registrou na minha downline. O que me
impressionou bastante. Isso foi algo inesperado e que partiu dela, o fato de
querer trabalhar com os produtos.
Mudei,
com Hilza e Nick, para um apartamento muito interessante no Lake Emerald. De
frente para uma lagoa maravilhosa, onde podia nadar todos os dias. Acho que
Hilza me colocou ali para facilitar sua vida, pois acredito que ela já estava
em seus últimos momentos de paciência comigo.
Seu
trabalho a levou para um restaurante famoso de Fort Lauderdale, o Cafe Maxx, e
na cozinha conheceu o seu futuro marido, Michael (Mike) Bruce, chef de
cuisine, como ela. Trocando receitas, os dois se admiraram um ao outro e
não levou muito tempo para que Hilza me desse as contas.
Fui
morar num quarto alugado no Condomínio Tivoli Park, em Deerfield Beach. Mas,
sorte minha, tinha conquistado um espaçozinho no coração de Suely. Nesse meio
tempo, a minha secretária da produtora-jornal-distribuidora de produtos,
Tereza, trouxe sua irmã Margareth diretamente de Belo Horizonte para uma
temporada na Flórida.
Justo
na hora em que eu estava necessitado de um outro ombro acolhedor e
compreensivo. Mais um ciclo de namoradas começava! De novo o chamado para a
aventura amorosa e tudo acontecendo ao mesmo tempo.
Suely
levou vários convidados a um evento da Herbalife que houve em Fort Lauderdale e
conseguiu registrar alguns como distribuidores. Apareceu também a Ana Bastos
com sua irmã Valéria. Foi bater e valer. Valéria me encantou à primeira vista.
Eu parecia um adolescente. Encontrei nela uma nova amiga, uma amante à moda
tradicional e fiquei bastante feliz por tê-la conhecido. Instalou-se em meu
coração aquele famoso desequilíbrio no momento da escolha. Com quem ficar? Com
a forte e determinada Suely, a doce e brejeira Margareth ou a efusiva energia
de Valéria? Quis o destino que tudo fosse diferente!
Para
forçar um pouco a natureza, fiz uma viagem até Recife, onde mora Valéria, para
tentar uma adaptação. Fui extremamente bem recebido por ela e toda sua familia,
incluindo os filhos Danny e Nando. Recife e suas praias são o verdadeiro
convite às férias eternas. Exatamente o que achei que já estava começando a
fazer. Decidi morar para sempre no Nordeste.
Fiquei
no quarto de hóspedes de sua casa, o que em princípio não foi muito bem visto
pela família. Mas, éramos todos adultos e senti que aos pouquinhos iam me
aceitando. Várias noites fomos convidados para sair com sua irmã e cunhado,
para um jantar e uma biritinha amiga.
Todos,
invariavelmene, consumidores de produtos da Herbalife, que começava a despontar
no Brasil como uma alternativa de saúde na área de nutrição.
Por
motivo de negócios e para acompanhar a abertura de uma nova novela da Globo em
San Francisco, viajei com data marcada para voltar e fiscar com Valéria em
Recife, para sempre.."
Nem toda história de amor termina em final feliz. Acompanhe minha novela através do livro De Quissamã a Hollywood. Peça o seu exemplar!
No Facebook, procure De Quissamã a Hollywood, o livro.
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