terça-feira, novembro 05, 2013

The snake is smoking!

A cobra já está fumando!
Nos anos 90, quando uma galera se divertia em criar e uma ainda maior galera se divertia em ler e digerir notícias engraçadas, o "The Brazilian Courier" era um "must" no Sul da Flórida.

A ideia principal era divertir o leitor, cujo perfil era o de imigrante brasileiro de diversas camadas sociais. O humor era transmitido através de personagens como: Doutor Marconi, um médico que dava conselhos discutíveis a clientes neuróticos, Brazilino, um imigrante ilegal, Noviórki, o colunista Novinildo Górki que tudo "fodografa" em Miami, Major Quedinho, suas maluquices e velhacarias, além de diversos pseudônimos que utilizávamos e as mais do que safadas cópias de cartunistas como Nani e histórias recontadas do Casseta e Planeta e do Pasquim. Só pesquisando o arquivo do Festival de Besteira que Assolava Miami na época, anos 90. Havia uma seção denominada "Azar ou Incompetência" que sempre trazia uma crônica de um "brazilino" que se deu mal, com a polícia ou com a imigração. Mas, a coluna que mais fez sucesso com os leitores foi The Snake is Smoking, onde eu, Garcez e Suely recontávamos as mais desnecessárias e inúteis notícias que saiam publicadas em outros periódicos, com a chamada "Deu no jornal tal, etc que...." Deu no New York Times foi um filme do Henfil, um dos maiores cartunistas e humoristas que o Brasil já conheceu. Aproveitamos a deixa e em cada parágrafo reenforçávamos: "Deu no Braziian Times que...." sempre lembrando de evocar o espírito do grande Henfil.

         "Como tinha aprendido um pouco de técnica de edição em Page Maker com o Richard Izarra, da Producción, que preparou os templates para mim, lancei algumas edições do jornaleco de classificados. A publicação cresceu com matérias editoriais e mudei o título para Brazilian Courier. Um sucesso inesperado!
            Francisco Rodrigues, meu ex-cunhado, que estava morando em Porto Alegre, manifestou o desejo de vir para a Flórida. Eu dei a maior força e queria mesmo que ele viesse, pois além da minha presença com o Brazilian Courier, havia também o Carlão, seu afilhado, editor do Miami Alegria, uma revista voltada para a área turística.
            Miami Alegria e Brazilian Courier foram os veículos que deram oportunidade ao Chico Rodrigues de se estabelecer como o mais conhecido e respeitado Relações Públicas da Flórida.
            Com a ajuda do Rodrigues e do Luiz Garcez nas vendas e a redação das mais engraçadas histórias e crônicas que Miami teve notícia, o Brazilian Courier foi, durante 3 anos, leitura obrigatória de todos que se interessavam por uma publicação leve e descontraída, totalmente despretensiosa e com o único objetivo de divertir a galera, cansada das mesmas notícias que eram publicadas em outros periódicos.
            Infelizmente, Hilza não entendeu a mensagem que eu passava aos leitores através do Brazilian Courier e criticou muito a publicação, me deixando bastante triste e fazendo crer que eu era o cocô do cavalo do bandido.
            Ela repetia que eu não estava me cobrando meu trabalho e posição como produtor internacional e ainda inventava um periódico, copiado, meio à la Stanislaw Ponte Preta, imitando Millor, Jaguar, Nani, Glauco, Bussunda, engraçado e fácil de ler, mas que traria pouco lucro financeiro: "Você está tentando reinventar o Pasquim, que já morreu há muito tempo", ela disse. Eu estava mesmo copiando o Pasquim, Stanislaw e o Casseta e Planeta. Que jamais morreram, estão simplesmente sendo copiados até hoje.
            Por sorte, a TV Globo me contratou para ser o Production Coordinator da abertura da novela Deus nos Acuda em Miami, dirigida por Jorge Fernando, com Edson Celulari, Jorge Dória e a Claudia Raia. Como o trabalho deu certo, me convidaram para outra missão e de repente estava com uma graninha sobrando, o que me deu tempo e tranquilidade para fazer o Brazilian Courier se estabilizar entre os leitores de Miami, Fort Lauderdale e Pompano Beach. Abrí um escritório na Atlantic Ave., em Pompano. Em pouco tempo transformei o local em ponto de distribuição de produtos Herbalife, produção de eventos e a edição do Courier.

Jorge Dória, do elenco de "Deus nos Acuda", grava em Miami e vira leitor do Brazilian Courier. Chique!
             Os filmes de grande produção estavam escasseando, a Internet chegou para tomar conta do mundo da comunicação e tive que correr a fim de encontrar outro nicho no qual sobreviver.
            A forma de produzir filmes também começava a mudar. Mesmo assim, produzi e dirigi alguns comerciais, além de colaborar com os programas que eram produzidos por Luciano do Valle, Maria do Carmo Fulfaro e Carlos Borges. O pastor Álvaro de Sá conseguiu convencer-me a trabalhar em suas produções do televisivo Aqui, Brasil, mas nunca pagou um centavo pela minha participação. Minto, Álvaro me descolou uns tickets de permuta para alguns restaurantes!
            Minha vida começou a ficar excitante de novo quando conheci Suely Franco, uma morena baixinha, paulista, leitora e fã do Courier. Ela se apresentou como vendedora de anúncios e impôs um excelente ritmo de trabalho à redação. Hilza passava muitas horas fora de casa, devido ao curso de culinária e chef que fazia em West Palm Beach. Ela também trabalhava no Breakers Hotel e isso a deixava mais ausente.
            Contratei, então, baby sitters para o Nick durante algumas noites e saía pelo condado de Broward, procurando notícia e sendo notícia, com a ajuda dos valorosos Garcez, Rodrigues e agora, com a Suely. Ficamos amigos, ela se interessou em ser distribuidora da Herbalife e se registrou na minha downline. O que me impressionou bastante. Isso foi algo inesperado e que partiu dela, o fato de querer trabalhar com os produtos.
            Mudei, com Hilza e Nick, para um apartamento muito interessante no Lake Emerald. De frente para uma lagoa maravilhosa, onde podia nadar todos os dias. Acho que Hilza me colocou ali para facilitar sua vida, pois acredito que ela já estava em seus últimos momentos de paciência comigo.
            Seu trabalho a levou para um restaurante famoso de Fort Lauderdale, o Cafe Maxx, e na cozinha conheceu o seu futuro marido, Michael (Mike) Bruce, chef de cuisine, como ela. Trocando receitas, os dois se admiraram um ao outro e não levou muito tempo para que Hilza me desse as contas.
            Fui morar num quarto alugado no Condomínio Tivoli Park, em Deerfield Beach. Mas, sorte minha, tinha conquistado um espaçozinho no coração de Suely. Nesse meio tempo, a minha secretária da produtora-jornal-distribuidora de produtos, Tereza, trouxe sua irmã Margareth diretamente de Belo Horizonte para uma temporada na Flórida.
            Justo na hora em que eu estava necessitado de um outro ombro acolhedor e compreensivo. Mais um ciclo de namoradas começava! De novo o chamado para a aventura amorosa e tudo acontecendo ao mesmo tempo.
            Suely levou vários convidados a um evento da Herbalife que houve em Fort Lauderdale e conseguiu registrar alguns como distribuidores. Apareceu também a Ana Bastos com sua irmã Valéria. Foi bater e valer. Valéria me encantou à primeira vista. Eu parecia um adolescente. Encontrei nela uma nova amiga, uma amante à moda tradicional e fiquei bastante feliz por tê-la conhecido. Instalou-se em meu coração aquele famoso desequilíbrio no momento da escolha. Com quem ficar? Com a forte e determinada Suely, a doce e brejeira Margareth ou a efusiva energia de Valéria? Quis o destino que tudo fosse diferente!
            Para forçar um pouco a natureza, fiz uma viagem até Recife, onde mora Valéria, para tentar uma adaptação. Fui extremamente bem recebido por ela e toda sua familia, incluindo os filhos Danny e Nando. Recife e suas praias são o verdadeiro convite às férias eternas. Exatamente o que achei que já estava começando a fazer. Decidi morar para sempre no Nordeste.
            Fiquei no quarto de hóspedes de sua casa, o que em princípio não foi muito bem visto pela família. Mas, éramos todos adultos e senti que aos pouquinhos iam me aceitando. Várias noites fomos convidados para sair com sua irmã e cunhado, para um jantar e uma biritinha amiga.
            Todos, invariavelmene, consumidores de produtos da Herbalife, que começava a despontar no Brasil como uma alternativa de saúde na área de nutrição.
            Por motivo de negócios e para acompanhar a abertura de uma nova novela da Globo em San Francisco, viajei com data marcada para voltar e fiscar com Valéria em Recife, para sempre.."



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