domingo, maio 29, 2011

Calmarias



Muito longe a navegada,
enfrentando o mar, em direção
ao teu coração.


Nunca houve tanta certeza
de amar-te, como à natureza.
Neste instante, por ordem do destino,
junto ao mar, distante de te amar.


No entanto a calmaria,
que está a perturbar
ao mesmo tempo me dá sensação
de que, como tudo sabes tu,
estarás a esperar.


Calmamente, como tu és,
(escrava de meu amor)
Que, liberta de pudor
me farás logo esquecer
da loucura que é permanecer
tão longe e tão próximo,
sabedor que nossa alma
quer viver por perto.




Não importa o tempo,
Não importa o século,
não importa a humanidade.


Que viramos de cabeça pra baixo,
sempre, sempre, todos os dias!
Provando nossa força,
mesmo quando em calmarias...

sábado, maio 28, 2011

Sparkling


A mão que apóia o corpo,
na travessia de um riacho raso,
é segura e não pode escorregar.
Aproveita a luz para brilhar...


Foto: AkemiLuz



Mostra que o poder do quadro,
sentido pelo artista num relance,
descortina uma clareza divina:
"És livre para amar..."

Anjos, concedei ao portador
que ainda deseja encontrar
seu amor,
a travessia segura da água,
para que não carregue tanta mágoa
de viver sem seu candor.

sexta-feira, maio 27, 2011

SURFAR SEM ONDA NÃO DÁ

Jack Johnson, o surfista, canta suas canções sem tesão na prancha em ondas imagináveis de Brasilia, salvo exceções.
Muito triste constatar a sujeira que rola por trás das produções que são apresentadas no estacionamento do Nilson Nelson, em Brasilia.
Sujeira de toda espécie. Começa pelo valor do ingresso, um absurdo, dadas as condições precárias do local. Como se não bastasse, Brasilia foi invadida pela promoção do show, cujos preços anunciavam o mínimo de 130 reais, a meia, na platéia.

Tobias, um amigo lá do meu trabalho, chegou ao local 2 músicas atrasado, mas pôde entender logo que se tratavam de canções dos antigos cds, nada de novo. E, para fazer naturais as suas ações e decisões de última hora, não tinha comprado o ingresso. Mesmo assim, pensou consigo mesmo durante o trajeto do shopping até ao Nilson Nelson que, se tivesse sorte, encontraria um cambista bonzinho que venderia o anunciado a R$130 por 100, talvez.

Resolveu arriscar! E se deu bem na entrada....um jovem logo ofereceu um ingresso a 70 reais. Tentou chegar à porta. Os policiais e seguranças lotados na região onde Tobias desceu do carro, não sabiam informar onde era! A volta foi grande, mas em 10 minutos, ele estava lá.

Resolveu tomar uma cerveja antes de passar pelo batalhão de seguranças.
Não havia lixeiras no local, que estava impregnado de restos de comida, latas, garrafas, guardanapos, plástico, caixinhas de suco...tudo isso espalhado pelo chão. Vergonha, pensou Tobias. Ao tomar o ultimo gole, não sabia onde depositar a latinha. Encontrou um saco plástico, colocou-a ali dentro e deixou o saco no chão, preocupado com a sua mania de reciclador da humanidade. Pura ingenuidade, esse cara!
Antes de entrar na fila para o setor platéia do ambiente, Tobias certificou-se de que tinha em mãos o seu ingresso. Ao olhar mais demoradamente o bilhete, notou que o ingresso era de CORTESIA e estava sendo VENDIDO na porta pelos 70 reais que pagou. Guardou o canhoto.


Mas não sem antes olhar mais uma vez a sua volta e constatar o desprezo que os responsáveis têm pelo local. Ambulantes de toda a espécie colaboram para aumentar ainda mais a tragédia nojenta, pois nem mesmo se manifestam no sentido de retirar aquele lixo, separando-o ordenamente, para a reciclagem.
Decerto essa onda não rola no Havaí, de onde vem o músico da noite, que se tornou dandy de universitários carentes e surfistas descontentes por não terem tido ainda a oportunidade de surfar em Diamond Heads ou dedilhar umas musiquinhas de JJ no violão para impressionar as meninas sonhadoras das faculdades de Brasilia.
O show termina tão pra baixo, nem dá para acreditar. De repente, o cantor fica sozinho no palco, toca 6 musiquinhas, ao final levanta a bandeira do Brasil...diz "Valeu" e sai, assim, devagarzinho, com o público querendo mas não podendo delirar; porque não há o menor delírio e aquele estilozinho de ficar se balançando ao som de Belle, Banana Pancakes e outras mais, é pura falta de energia pra criar um verdadeiro rock n roll havaiano, que é o que havia se desenhado na primeira parte do espetáculo.
Jack ainda caiu na asneira de comentar que uma das canções que cantava especialmente para umas garotas que tinha visto na tarde do show, não era na verdade especialmente para elas e sim era uma canção que ele compôs num dia de Natal para dar de presente à sua mulher, pois havia esquecido de comprar algo para ela naquele dia. E o público oh!! As garotas da fila do gogó só faltaram gozar (?).

O repertório passeou por canções já batidas e os hits Sitting, waiting, wishing, Good people, Upside down e Banana pancakes, além do explícito Belle. Nessa musica, ele diz que a gata teria que falar com ele em outra língua, já que ele não entende francês. Ora, todo mundo no Havaí fala a língua do sorriso, que funciona melhor do que qualquer idioma. "So many languages in the world, but in Hawaii a smile speaks all". 
Jack Johnson foi acompanhado pelo baixista Merlo Podlewski, pelo pianista Zach Gill e pelo baterista e percussionista Adam Topol. Mas quem deu AR de show ao show foi o cantor americano G Love, velho amigo de Johnson. Se não fosse ele e os músicos arrebentarem com seus instrumentos em certos momentos, o espetáculo (que alguns até chamaram de Luau...uau! sem lua, só pode ser mesmo em Brasília que chamam de luau uma noite sem lua....)

O que teria que ser ao revés, acabou acontecendo ao contrário, se é que me entendem...a parte "quente" do show teria que ser guardada para o final... "faltou direção", relatou Tobias.

O que mais chamou atenção no show de JJ foi o ex-jogador de futebol e atual deputado federal Romário (PSB-RJ), que assistiu ao show na área mais cara do evento - o camarote vip, onde ele jogou algumas partidas de futi-vôlei. Inusitado, as gatas que o acompanharam bebiam "futi-vôlei" com vodka e tequila.  Bem bacana, disse Tobias...

sexta-feira, dezembro 24, 2010

Uma tarde no Parque Mayer

(foto de Breno Moroni)
Lisboa, 31 de outubro de 2010



A EBC me enviou a Portugal para um Congresso de emissoras públicas de radiodifusão. Tereza Cruvinel me deu a notícia, dizendo: "Não posso viajar, a campanha para presidente do Brasil está pegando fogo em Brasilia e preciso estar presente. Você vai ter que fazer um discurso em meu lugar".

Wow!

Representar Tereza Cruvinel, presidente da EBC, num congresso em Sintra. Além disso, conversar com o diretor da RTP sobre a TV CPLP. E de tabela, me reunir com Dona Vera Pinto Pereira, da MEO TV, sobre a distribuição do sinal da TV Brasil Internacional em terras lusas.   

TEREZA CRUVINEL É D+

Alguns dias antes da viagem, Tereza me convidou para um briefing a respeito do discurso. Me deu uma tremenda aula de história da mídia mundial e do papel que os paises emergentes latino americanos representam hoje no mundo da radiodifusão pública. E juntos, preparamos um "power point" para a apresentação. Sim, ela escreveu 98% do texto e além disso, formatou pro Cid Cardoso da nossa informática finalizar.

Sintra e, logo, Lisboa

Logo após o congresso em Sintra, fui para Lisboa e fiz contato com o  
Breno Moroni. Nos encontramos na faculdade de Medicina, onde os brasileiros votavam o segundo turno. Em seguida, fomos caminhar pelo centro da cidade, onde, de repente, me dei de cara com o Parque Mayer.

Teatro Variedades, 1971

Naquele parque, onde se localizam os teatros de uma Lisboa esquecida, tive o prazer de trabalhar com o diretor Antonio de Cabo na peça A Querida Mamã, cujo cartaz encontra-se afixado aos tapumes para as obras anunciadas mas nunca realizadas. Lá como cá! LOL

Sim, este capítulo de Lisboa em 1971 pode ser lido no livro "De Quissamã a Hollywood", que finalmente lançarei em 2011.

sábado, fevereiro 21, 2009

Luz, Câmera e Ação














Uma iniciativa do ator e diretor Robson Lemos, as noites do projeto Luz, Câmera e Ação têm enriquecido de cultura o espaço artístico do restaurante Sal e Brasa, em Everett, Massachusetts. Desde a noite da abertura do projeto, aquele interessante local transformou-se no ponto de encontro dos artistas brasileiros radicados neste estado.  
A idéia básica é apresentar no palco eclético, stand-up comedy, cenas teatrais, pequenos esquetes, cantores, poetas, performances pessoais de dança e malabarismo, dando espaço a todos que queiram mostrar seu talento artístico. Além disso, LCA é também o espaço de lançamento dos últimos curtametragens produzidos por cineastas locais, que surgiram a partir de diversos movimentos cinematográficos entre brasileiros de Massachusetts. 
Um dos iniciadores desse processo é o cineasta, agora diretor de televisão, Roberto Carminati, que dirigiu e produziu o filme  A Fronteira,  em 2002,  e abriu espaço para artistas e técnicos locais. Com o trabalho genial da atriz, escritora e produtora Edel Holz a partir de 2003, que, com seus workshops teatrais e produções pessoais, como Meu Brasil é Aqui, que atraiu e preparou inúmeros atores e atrizes, o movimento se intensificou e hoje se proliferam os grupos teatrais em Massachusetts.
Este locutor que vos fala, com o apoio do produtor Chris Rodrigues, também autor do livro O Cinema e a Produção, promoveu uma oficina de cinema, de onde sairam novos cineastas já produzindo seus filmes, como o Alex Ferro, que recentemente fez a direção e a fotografia de Venha Ver o Por do Sol, curta de final de curso e que tem sido também apresentado nas noites culturais do Sal e Brasa. 
Outro grupo teatral que se tem destacado na grande Boston é o Ponto de Partida, que tem em seu currículo espetáculos teatrais, shows e eventos culturais. 
Recentemente, o grupo teatral Algazarra fez sua estréia no Cafe Belô de Everett. Com as atrizes Catarina Gomes, Edna Guber, Andreza Priscila, o público tem se divertido com teatro infantil, teatro de bonecos, malabarismo, números circenses e muito mais. Andreza também idealizou e apresenta seu alter-ego, a personagem Floripes, engraçadíssima e com um perfil bem criativo. 
Esse singelo artigo pode ser o primeiro de muitos que integrarão a comunidade artística brasileira de Massachusetts. O próximo passo é ser criada uma associação, a ATED-MA, Artistas e Técnicos em Espetáculos de Diversões de Massachusetts e registrá-la junto ao órgão brasileiro SATED e conquistar o espaço que o artista brasileiro batalha nos EUA. 




domingo, julho 29, 2007

À Sombra dos Sonhos Ideais (I)



Existe um poema de Fernando Pessoa, com uma linha que jamais consegui esquecer: "Tenho em mim todos os sonhos do mundo". Depois de 45 anos perseguindo alguns dos meus (sonhos), verifico que trabalhei, trabalhei, mas não consegui juntar alguns milhões de dólares, que era um item bem importante da minha lista – ficar rico, poder comprar alguns imóveis, investir em negócios, etc. Encontro-me, até hoje, fora alguns altos momentâneos, como se ainda estivesse no ponto de partida.
Tive, sim, oportunidades. Muitas. Todas que apareceram eram as melhores daquele momento. E conheço muita gente no mesmo barco que eu, atolado de experiência e tendo encarado diversas profissões, sem a coragem de admitir que a grana está mesmo curta. E que mal chega para pagar as contas do mês, ainda mais sobrar algum para tirar férias. Minha ficha caiu recentemente, quando me encontrei práticamente sem grana para bancar o Summer Camp do meu filho de 11 anos, Fred. E caiu de novo quando, culpado por deixá-lo muitas horas em casa sózinho, retomei o homme office e dei um tempo em minhas viagens ao estúdio da Videoview em North Miami, para que pudesse, algumas vezes, acompanhá-lo a um recretion center, piscina, praia, o que aconteceu muito pouco durante esse verão.
Esses dias OFF me fizeram parar para pensar o que fazer daqui por diante com meu sonho de ganhar algum dinheiro nos Estados Unidos. Sim, porque se continuar fazendo a mesma coisa de sempre, estarei ganhando o mesmo salário de sempre. E ficarei no mesmo e absurdo jogo do gato e rato comigo mesmo. O meu "eu" de empregado de mim mesmo, brigando com meu "eu" patrão.
Muitos de vocês sabem que represento, há muitos anos, os produtos da Herbalife. E que esse tempo todo, mesmo fascinado pelo sistema chamado Marketing de Rede e o salário tentador que uma grande downline pode proporcionar, nunca de verdade me atirei no mercado e no plano financeiro que a companhia prometia. Isso porque sempre trabalhei, paralelamente, em produções de filmes, documentários e comerciais. Essa é a atividade da qual tenho sobrevivido, part-time, equilibrando com meus ganhos na Herbalife.
Recentemente, um distribuidor infeliz e enfezado com seus baixos resultados, acusou o sistema de recrutamento da companhia de ser completamente ilegal e sua carta chegou a milhares de leitores via Internet. Vários de meus amigos pela vida, incluindo a cantora Kenia e o jornalista e feiticeiro Chico Moura, me enviaram uma cópia da carta e me questionaram "E aí, cara, como é que vai ficar o teu negócio com a Herbalife agora?"
Li e reli o email, pensei bastante e cheguei à conclusão que vou, sim, continuar batalhando no marketing de rede. Acredito em todos os erros cometidos pelo distribuidor infeliz e por isso, agora, com os erros dele e com os meus próprios erros, decidi ir mais longe: vou finalmente, à luta da liberdade financeira a qual esse país nos propõe. Mas de uma forma diferente, moderna, eficaz, profissional.
Eu também costumava ver o network marketing como muita gente, para mim não passava de um esquema de pirâmide, destinado a ludibriar incautos e ingênuos. E não quis trabalhar dessa maneira. No Brasil, a pirâmide é altamente praticada, pois o brasileiro é presa fácil para a famosa frase: "afinal, você não gosta de levar vantagem em tudo?" e acaba se dando mal, para a riqueza dos espertos.
Aqui nos Estados Unidos, pelo contrário. Pirâmides são ilegais. Portanto, caso você esteja neste momento, optando por fazer negócios em qualquer que seja a empresa que oferece o sistema de Marketing de Rede, preste atenção no produto, estude bastante o sistema de ganhos financeiros e cuidado na hora de escolher. Recentemente, uma empresa de telefonia brasileira, atuando nos Estados Unidos, teve que fechar devido a à suas operações no sistema de pirâmide.
Em Boston, brasileiros foram prejudicados por alguns espertalhões que os colocaram numa pirâmide financeira e houve perdas individuais de até 12 mil dólares.
Então, mais uma vez o lembrete. Encontrem a companhia. Mas, decidam-se pelo marketing de rede. É o seu futuro esperando agora mesmo por vocês.

(Continua)
Correspondência para o autor: phydiasb@yahoo.com


À sombra dos sonhos ideais (II)
O que é o Marketing de Rede?
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Novos Crimes do Amor

Novos Crimes do Amor Nota do autor: Para escrever este conto, eu me baseei em crimes realizados no seio da comunidade brasileira...